domingo, 28 de outubro de 2007

Igreja ao gosto do freguês

O movimento chamado "igreja ao gosto do freguês" está invadindo muitas denominações evangélicas, propondo evangelizar através da aplicação das últimas técnicas de marketing. Tipicamente, ele começa pesquisando os não-crentes (que um dos seus líderes chama de "desigrejados" ou "João e Maria desigrejados"). A pesquisa questiona os que não freqüentam quaisquer igrejas sobre o tipo de atração que os motivaria a assistir às reuniões. Os resultados do questionário mostram as mudanças que poderiam ser feitas nos cultos e em outros programas para atrair os "desigrejados", mantê-los na igreja e ganhá-los para Cristo. Os que desenvolvem esse método garantem o crescimento das igrejas que seguirem cuidadosamente suas diretrizes aprovadas. Praticamente falando, dá certo!

Duas igrejas são consideradas modelos desse movimento: Willow Creek Community Church (perto de Chicago), pastoreada por Bill Hybels, e Saddleback Valley Church (ao sul de Los Angeles) pastoreada por Rick Warren. Sua influência é inacreditável. Willow Creek formou sua própria associação de igrejas, com 9.500 igrejas-membros. Em 2003, 100.000 líderes de igrejas assistiram no mínimo a uma conferência para líderes realizada por Willow Creek. Acima de 250.000 pastores e líderes de mais de 125 países participaram do seminário de Rick Warren ("Uma Igreja com Propósitos"). Mais de 60 mil pastores recebem seu boletim semanal.

Visitamos Willow Creek há algum tempo. Pareceu-nos que essa igreja não poupa despesas em sua missão de atrair as massas. Depois de passar por cisnes deslizando sobre um lago cristalino, vê-se o que poderia ser confundido com a sede de uma corporação ou um shopping center de alto padrão. Ao lado do templo existe uma grande livraria e uma enorme área de alimentação completa, que oferece cinco cardápios diferentes. Uma tela panorâmica permite aos que não conseguiram lugar no santuário ou que estão na praça de alimentação assistirem aos cultos. O templo é espaçoso e moderno, equipado com três grandes telões e os mais modernos sistemas de som e iluminação para a apresentação de peças de teatro e musicais.

Sem dúvida, Willow Creek é imponente, mas não é a única megaigreja que tem como alvo alcançar os perdidos através dos mais variados métodos. Megaigrejas através dos EUA adicionam salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, espaços para guardar equipamentos, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds, tudo para o progresso do Evangelho. Pelo menos é o que dizem. Ainda que algumas igrejas estejam lotadas, sua freqüência não é o único elemento que avaliamos ao analisar essa última moda de "fazer igreja".

O alvo declarado dessas igrejas é alcançar os perdidos, o que é bíblico e digno de louvor. Mas o mesmo não pode ser dito quanto aos métodos usados para alcançar esse alvo. Vamos começar pelo marketing como uma tática para alcançar os perdidos. Fundamentalmente, marketing traça o perfil dos consumidores, descobre suas necessidades e projeta o produto (ou imagem a ser vendida) de tal forma que venha ao encontro dos desejos do consumidor. O resultado esperado é que o consumidor compre o produto. George Barna, a quem a revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) chama de "o guru do crescimento da igreja", diz que tais métodos são essenciais para a igreja de nossa sociedade consumista. Líderes evangélicos do movimento de crescimento da igreja reforçam a idéia de que o método de marketing pode ser aplicado – e eles o têm aplicado – sem comprometer o Evangelho. Será?

Em primeiro lugar o Evangelho, e mais significativamente a pessoa de Jesus Cristo, não cabem em nenhuma estratégia de mercado. Não são produtos a serem vendidos. Não podem ser modificados ou adaptados para satisfazer as necessidades de nossa sociedade consumista. Qualquer tentativa nessa direção compromete de algum modo a verdade sobre quem é Cristo e do que Ele fez por nós. Por exemplo, se os perdidos são considerados consumidores, e um mandamento básico de marketing diz que o freguês sempre tem razão, então qualquer coisa que ofenda os perdidos deve ser deixada de lado, modificada ou apresentada como sem importância. A Escritura nos diz claramente que a mensagem da cruz é "loucura para os que se perdem" e que Cristo é uma "pedra de tropeço e rocha de ofensa" (1 Co 1.18 e 1 Pe 2.8).

Algumas igrejas voltadas ao consumidor procuram evitar esse aspecto negativo do Evangelho de Cristo enfatizando os benefícios temporais de ser cristão e colocando a pessoa do consumidor como seu principal ponto de interesse. Mesmo que essa abordagem apele para a nossa geração acostumada à gratificação imediata, ela não é o Evangelho verdadeiro nem o alvo de vida do crente em Cristo.

Em segundo lugar, se você quiser atrair os perdidos oferecendo o que possa interessá-los, na maior parte do tempo estará apelando para seu lado carnal. Querendo ou não, esse parece ser o modus operandi dessas igrejas. Elas copiam o que é popular em nossa cultura – músicas das paradas de sucesso, produções teatrais, apresentações estimulantes de multimídia e mensagens positivas que não ultrapassam os trinta minutos. Essas mensagens freqüentemente são tópicas, terapêuticas, com ênfase na realização pessoal, salientando o que o Senhor pode oferecer, o que a pessoa necessita – e ajudando-a na solução de seus problemas.

Essas questões podem não importar a um número cada vez maior de pastores evangélicos, mas, ironicamente, estão se tornando evidentes para alguns observadores seculares. Em seu livro The Little Church Went to Market (A Igrejinha foi ao Mercado), o pastor Gary Gilley observa que o periódico de marketing American Demographics reconhece que as pessoas estão procurando espiritualidade, não a religião. Por trás dessa mudança está a procura por uma fé experimental, uma religião do coração, não da cabeça. É uma expressão de religiosidade que não dá valor à doutrina, ao dogma, e faz experiências diretamente com a divindade, seja esta chamada "Espírito Santo" ou "Consciência Cósmica" ou o "Verdadeiro Eu". É pragmática e individual, mais centrada em redução de stress do que em salvação, mais terapêutica do que teológica. Fala sobre sentir-se bem, não sobre ser bom. É centrada no corpo e na alma e não no espírito. Alguns gurus do marketing começaram a chamar esse movimento de "indústria da experiência" (pp. 20-21).

Existe outro item que muitos pastores parecem estar deixando de considerar em seu entusiasmo de promover o crescimento da igreja atraindo os não-salvos. Mesmo que os números pareçam falar mais alto nessas "igrejas ao gosto do freguês" (um número surpreendente de igrejas nos EUA (841) alcançaram a categoria de megaigreja, com 2.000 a 25.000 pessoas presentes nos finais de semana), poucos perceberam que o aumento no número de membros não se deve a um grande número de "desigrejados" juntando-se à igreja.

Durante os últimos 70 anos, a percentagem da população dos EUA que vai à igreja tem sido relativamente constante (mais ou menos 43%). Houve um crescimento, chegando a 49% em 1991 (no tempo do surgimento dessa nova modalidade de igreja), mas tal crescimento diminuiu gradualmente, retornando a 42% em 2002. De onde, então, essas megaigrejas, que têm se esforçado para acomodar pessoas que nunca se interessaram pelo Evangelho, conseguem seus membros? Na maior parte, de igrejas menores que não estão interessadas ou não têm condições financeiras de propiciar tais atrações mundanas. O que dizer das multidões de "desigrejados" que supostamente se chegaram a essas igrejas? Essas pessoas constituem uma parcela muito pequena das congregações. G.A. Pritchard estudou Willow Creek por um ano e escreveu um livro intitulado Willow Creek Seeker Services (Baker Book House, 1996). Nesse livro ele estima que os "desigrejados", que seriam o público-alvo, constituem somente 10 ou 15% dos 16.000 membros que freqüentam os cultos de Willow Creek.


Se essa percentagem é típica entre igrejas "ao gosto do freguês", o que provavelmente é o caso, então a situação é bastante perturbadora. Milhares de igrejas nos EUA e em outros países se reestruturaram completamente, transformando-se em centros de atração para "desigrejados". Isso, aliás, não é bíblico. A igreja é para a maturidade e crescimento dos santos, que saem pelo mundo para alcançar os perdidos. Contudo, essas igrejas voltaram-se para o entretenimento e a conveniência na tentativa de atrair "João e Maria", fazendo-os sentirem-se confortáveis no ambiente da igreja. Para que eles continuem freqüentando a "igreja ao gosto do freguês", evita-se o ensino profundo das Escrituras em favor de mensagens positivas, destinadas a fazer as pessoas sentirem-se bem consigo mesmas. À medida que "João e Maria" continuarem freqüentando a igreja, irão assimilar apenas uma vaga alusão ao ensino bíblico que poderá trazer convicção de pecado e verdadeiro arrependimento. O que é ainda pior, os novos membros recebem uma visão psicologizada de si mesmos que deprecia essas verdades. Contudo, por pior que seja a situação, o problema não termina por aí.

A maior parte dos que freqüentam as "igrejas ao gosto do freguês" professam ser cristãos. No entanto, eles foram atraídos a essas igrejas pelas mesmas coisas que atraíram os não-crentes, e continuam sendo alimentados pela mesma dieta biblicamente anêmica, inicialmente elaborada para não-cristãos. Na melhor das hipóteses, eles recebem leite aguado; na pior das hipóteses, "alimento" contaminado com "falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam" (2 Tm 6.20). Certamente uma igreja pode crescer numericamente seguindo esses moldes, mas não espiritualmente.

Além do mais, não há oportunidades para os crentes crescerem na fé e tornarem-se maduros em tal ambiente. Tentando defender a "igreja ao gosto do freguês", alguns têm argumentado que os cultos durante a semana são separados para discipulado e para o estudo profundo das Escrituras. Se esse é o caso, trata-se de uma rara exceção e não da regra!

Como já notamos, a maioria dessas igrejas, no uso do seu tempo, energia e finanças tem como alvo acomodar os "desigrejados". Conseqüentemente, semana após semana, o total da congregação recebe uma mensagem diluída e requentada. Então, na quarta-feira, quando a congregação usualmente se reduz a um quarto ou a um terço do tamanho normal, será que esse pequeno grupo recebe alimentação sólida da Palavra de Deus, ensino expositivo e uma ênfase na sã doutrina? Dificilmente. Nunca encontramos uma "igreja ao gosto do freguês" onde isso acontecesse. As "refeições espirituais" oferecidas nos cultos durante a semana geralmente são reuniões de grupos e aulas visando o discernimento dos dons espirituais, ou o estudo de um "best-seller" psico-cristão, ao invés do estudo da Bíblia.

Talvez o aspecto mais negativo dessas igrejas seja sua tentativa de impressionar os "desigrejados" ao mencionar especialistas considerados autoridades em resolver todos os problemas mentais, emocionais e comportamentais das pessoas: psicólogos e psicanalistas. Nada na história da Igreja tem diminuído tanto a verdade da suficiência da Palavra de Deus no tocante a "todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pe 1.3) como a introdução da pseudociência da psicoterapia no meio cristão. Seus milhares de conceitos e centenas de metodologias não-comprovados são contraditórios e não científicos, totalmente não-bíblicos, como já documentamos em nossos livros e artigos anteriores. Pritchard observa: em Willow Creek, Hybels não somente ensina princípios psicológicos, mas freqüentemente usa esses mesmos princípios como guias interpretativos para sua exegese das Escrituras – o rei Davi teve uma crise de identidade, o apóstolo Paulo encorajou Timóteo a fazer análise e Pedro teve problemas em estabelecer seus limites. O ponto crítico é que princípios psicológicos são constantemente adicionados ao ensino de Hybels" (p. 156).

Durante minha visita a Willow Creek, o pastor Hybels trouxe uma mensagem que começou com as Escrituras e se referia aos problemas que surgem quando as pessoas mentem. Contudo, ele se apoiou no psiquiatra M. Scott Peck, o autor de The Road Less Travelled (Simon & Schuster, 1978) quanto às conseqüências desastrosas da mentira. Nesse livro, M. Scott Peck declara (pp. 269-70): "Deus quer que nos tornemos como Ele mesmo (ou Ela mesma)"!

A Saddleback Community Church está igualmente envolvida com a psicoterapia. Apesar de se dizer cristocêntrica e não centrada na psicologia, essa igreja tem um dos maiores números de centros dos Alcoólicos Anônimos e patrocina mais de uma dúzia de grupos de ajuda como "Filhos Adultos Co-Dependentes de Viciados em Drogas", "Mulheres Co-Viciadas Casadas com Homens Compulsivos Sexuais ou com Desordens de Alimentação" e daí por diante. Cada grupo é normalmente liderado por alguém "em recuperação" e os autores dos livros usados incluem psicólogos e psiquiatras.

Apesar de negar o uso de psicologia popular, muito dela permeia o trabalho de Rick Warren, incluindo seu best-seller The Purpose Driven Life (A Vida Com Propósito), que já rendeu sete milhões de dólares. Em sua maior parte, o livro fala de satisfação pessoal, promove a celebração da recuperação e está cheio de psicoreferências tais como "Sansão era dependente".

A mensagem principal vinda das igrejas psicologicamente motivadas de Willow Creek e Saddleback é a de que a Palavra de Deus e o poder do Espírito Santo são insuficientes para livrar uma pessoa de um pecado habitual e para transformá-la em alguém cuja vida seja cheia de fruto e agradável a Deus. Entretanto, o que essas igrejas dizem e fazem tem sido exportado para centenas de milhares de igrejas ao redor do mundo.

Grande parte da igreja evangélica desenvolveu uma mentalidade de viagem de recreio em um cruzeiro cheio de atrações, mas isso vai resultar num "Titanic espiritual". Os pastores de "igrejas ao gosto do freguês" (e aqueles que estão desejando viajar ao lado deles) precisam cair de joelhos e ler as palavras de Jesus aos membros da igreja de Laodicéia (Ap 3.14-21). Eles eram "ricos e abastados" e, no entanto, deixaram de reconhecer que aos olhos de Deus eram "infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus". Jesus, fora da porta dessas igrejas, onde O colocaram desapercebidamente, oferece Seu conselho, a verdade da Sua Palavra, o único meio que pode fazer com que suas vidas sejam vividas conforme Sua vontade. Não pode existir nada melhor aqui na terra e na Eternidade!

Fonte:www.chamada.com.br/mensagens


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Uma Pequena Igreja: Mais de 100 mil membros

Navegando pelo www.Advir.com.br, um portal adventista com um leque bastante amplo para pesquisas, tive a oportunidade de acessar um link que apresenta artigos e postagens relacionados ao Crescimento da Igreja. Entre muitos, achei oportuno postar aqui uma cópia de um artigo que acredito ser muito interessante, pois nos leva a uma séria reflexão sobre os rumos e tendências de nossa igreja. No mínimo deve nos fazer pensar sobre como estamos vivendo e testemunhando do poder do Evangelho em nossas comunidades. Por favor, siga a leitura e envie seu comentário expressando sua opinião.

No início do mês um artigo interessante foi publicado sobre a Igreja Elim, em San Salvador. O autor, Rodolfo G. Montosa relata a sua experiência. Leia alguns trechos a seguir:

"Recentemente tive a oportunidade de visitar a Igreja Elim, em San Salvador. Fiquei ali 8 dias, quando pude comparecer a vários programas, visitar famílias, conversar com pastores. Busquei discernir o que acontece por lá, e que a transforma na segunda maior igreja local do mundo.

Muita oração

Oração não é um programa especial. É uma prática adotada pelo povo em todo o tempo que se reúnem. Eles vivem intensamente o momento que oram.

Muito amor

Encontram-se semanalmente várias vezes. Perguntam sobre a vida pessoal. Oram uns pelos outros. Preocupam-se especialmente com aqueles amigos que ainda não conhecem Jesus. Discutem estratégias para apresentarem o evangelho. Evangelizar não é uma responsabilidade exclusiva dos pastores, mas um dever e privilégio de todo o povo.

Mobilização e organização

Eles adotaram um jeito muito simples de viverem como igreja. Organizam-se em pequenos grupos. São mais de 6.500 líderes voluntários.
Zelo pela Palavra
Quando a pessoa reconhece Jesus como seu Senhor e Salvador, em um dos cultos ou em uma das reuniões da célula, logo receberá 4 visitas pessoais. Na primeira, ela entenderá com mais clareza o que significa ter Jesus como Senhor e Salvador. Na segunda semana, ela entenderá o poder e o significado da oração. Na próxima, entenderá a importância da Palavra. Finalmente, na quarta visita, será ministrada sobre o batismo, podendo decidir pelo mesmo.

Especial atenção às crianças

Eles mantêm quase 1.000 células semanais dedicadas exclusivamente às crianças. São quase 1.000 líderes que se preparam semanalmente para as lições e aplicações para as mais de 25.000 crianças que serão ministradas.

Encontros celebrativos

As reuniões acontecem sob forte clima de reverência e celebração. A música é muito celebrativa, e as cerca de 6.000 pessoas que se reúnem por culto cantam alegremente sentadas.


A Igreja Elim é uma pequena Igreja vivendo os princípios do evangelho nos pequenos grupos, que se ajuntam semanalmente em um grande povo, ultrapassando 100 mil pessoas. É um grande exemplo de como cuidar da multidão que precisa conhecer e crescer na fé em Jesus.


E então que achou dessa experiência dos crentes da igreja de Elim, em San Salvador?
Seria um modelo interessante de se aplicar em nossas comunidades? Não seria por demais simples? E o programa de doutrinação? E a nossa estrutura denominacional com as Uniões, Associações se encaixariam nesse modelo? E o quase exército de administradores e departamentais para promover o calendário da igreja teriam um lugar para realizar o seu trabalho? Quantas outras perguntas poderíamos fazer?


Fonte:

Vida cristã em amor

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a nossa essência. O invólucro não tem tanta importância, o que importa mesmo é o conteúdo, a essência. A vida cristã deve ser a encarnação do amor. O amor, sem materialização, é pura utopia, platonismo.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor foi a vida vivida por Jesus Cristo; é a vida vivida por Deus, e é a essência do próprio Espírito Santo. “Deus é amor.....”, “Porque Deus amou o mundo...”, “Mas Deus prova o seu amor para conosco...”, Disse Jesus: “Como eu vos amei, vocês devem amar uns aos outros.”, “Como o Pai me amou, assim eu vos amei; permaneçam no meu amor.”, “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.”, Está escrito: “...porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu...”.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a vida mergulhada, encharcada, impregnada das marcas de Cristo. “O mundo saberá que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”, “Todos os vossos atos sejam feitos em amor”, O amor pode gerar outras coisas, mas, só o amor gera o amor. O amor é a maior força do universo. É o melhor meio de conhecermos um pouco mais de Jesus. Conhecermos a sua profundidade, altura extensão e largura. Só conheceremos verdadeiramente a Deus, se medirmos todos os seus atos pelo seu amor. Quer conhecer e se parecer com Deus? Pense em amor, fale com amor e viva no amor e pelo amor.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a forma de vida que o diabo não pode imitar. Ele, o diabo, “pode” imitar algumas coisas de Deus, mas, amar, jamais ele conseguirá. Amar é a capacidade e a decisão de doar-se sem limites e sem nenhuma exigência a outrem. O amor não exige, se exige, exige de si, nada menos que tudo pelo outro. A incondicionalidade do amor é só para os imitadores de Cristo. “Ele nos amou sem pedir alguma coisa”.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a arma para transformarmos o mundo. Quem fala sem amor, não diz nada. Quem faz sem amor, não faz nada, e quem sabe sem amor, não conhece nada. Quem faz sem amor, não fez nada. O mundo não precisa de grandes discursos, precisa de amor; Não precisa de grandes obras, precisa de amor; Não precisa de grandes intelectuais, precisa de amor. Vida cristã é vida em amor. Vida em amor nunca aponta para si, só para os outros. Nunca mata, pode morrer; nunca mente, perdoa o mentiroso; nunca protela, mas espera; nunca duvida, mas sempre crê; nunca maltrata, pode ferir para curar, mas suporta tudo; nunca demora, só chega na hora certa, mas sabe esperar. Essa vida em amor é a vida dos filhos de Deus.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a nossa essência. Quando esmagado, ferido, Jesus exalou o seu maior perfume: o amor. Quando espremido, saiu o seu melhor líquido: o amor. Quando machucado, mostrou a sua melhor cor: o amor. O amor tem cheiro, sabor e cor. O cheiro do amor é uma vida oferecida no altar de Deus em favor dos homens. O sabor do amor é a vida gasta para adoçar as almas amargas. A cor do amor, é a vida que materializa os anseios mais profundos de cada alma cansada e sobrecarregada da terra. Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a nossa razão de existir. Ser perfeito, ser varão aprovado, ser santo é a expressividade do amor. "O vínculo da perfeição é o amor". O amor é o combustível do reino de Deus.

Vida cristã é vida em amor. Vida em amor é a essência da vida. "Amarás ao teu Deus, a teu próximo como eu te amei; e a ti mesmo". Vida cristã é vida em amor. Amar, amar, amar. Ninguém perde por amar. Deus é quem mais ama e isso o faz ser o maior do universo. Vida em amor é a nossa essência.

Por Pr. Vanilson Alcântara
Pastor da Segunda Igreja Batista Ebenézer Renovada de Aracaju

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Conseqüências de uma vida com Deus

Uma das histórias mais marcantes da Bíblia é, sem dúvidas a história do profeta Elias. O profeta mostrou-nos com sua vida e conduta, que nem sempre pode-se esperar vantagens e benefícios para aquele que faz a obra do Pai, pelo contrário, parece que os obstáculos são maiores que os sabores de grandes conquistas e vitórias, senão vejamos:

O PAÍS

Israel passava por um dos piores momentos da história. Acabe acabava de assumir o reinado, e quando todas as expectativas de um grande governo estava no auge, o rei decepciona a todos, ao anunciar seu casamento com uma mulher estranha, de costumes e hábitos estranhos, filha de um rei sidônio, que não tinha nada a ver com a nação hebraica.

Como se desgraça pouca é bobagem, Hiel, desacreditando da palavra profética de Josué (Jos.6:26), reedificou a Jericó, vendo cumprir na sua vida o veredicto divino: “Em seus dias Hiel o betelita, edificou a Jericó. Morrendo Abirão seu primogênito a fundou, e morrendo Segube seu último, pôs as suas portas, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num” (IReis16:34).

A rainha Jezabel, simplesmente ignorou o culto a Jeová em Israel, e instituiu o culto a Baal, tornando sua adoração como uma prática oficial entre o povo de Deus.
Imagine o leitor, a grande revolta que isso causou ao país, pois, debaixo do “bigode” de um rei frouxo e inoperante, a idólatra e demoníaca rainha fazia e desfazia, mandando inclusive matar barbaramente todo aquele que professasse a fé no Deus de Israel (I Reis 19:13).

Foi exatamente num cenário como esses que aparece o profeta Elias.

QUANDO DEUS SURPREENDE

Numa situação como essas, era de se supor que Deus haveria de agir, sem dúvidas. Mas talvez, ninguém contasse com aquela forma do Senhor agir. Quando todos esperavam que Ele usasse alguém de grande envergadura ou reconhecimento popular, eis que surge alguém do nada: “Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade...” (I Reis 17:1), assim começa a história de um dos maiores profetas de Israel.

Que início de ministério “fraco”!!!! Se quiséssemos traçar o perfil biográfico de Elias nos decepcionaríamos: Nome: Elias o tisbita (isso não é sobrenome, é origem. Um lugar chamado Gileade). Filiação: ignorada. Formação Acadêmica: ignorada. Formação Teológica: um tal de “rancho dos profetas”. Sustento: Jeová Jiré.

Só mesmo Deus para fazer isso. Chamar alguém sem sobrenome, sem tradição familiar, sem formação escolar e originário de um lugarejo sem tradição, e tranforma-lo no maior profeta vétero-testamentário. Aliás, Deus sempre faz isso, até mesmo Jesus, foi acusado de “Zé-ninguém”: “...pode vir alguma coisa boa de Nazaré?...” (Jo.1:46).

Imagine a surpresa do rei Acabe, ao ver adentrar ao palácio real, aquele homem estranho a corte, mal-vestido, desrespeitando a ética da época (tinha que se esperar o cetro real ser apontado à pessoa, indicando a liberação da entrada a presença real), indo firmemente em direção ao monarca, diante de todo séquito da realeza.

Embora não sendo revelada sua genealogia, a primeira fala do profeta na Bíblia, diante de Acabe, fala-nos muito mais alto do que qualquer ostentação ou credencial humana: “...vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou...”. Quem era ele ninguém sabia. O que se sabe, é que ele estava diante de Deus, ou melhor, diante da “face de Deus”.

Isso fala mais alto do que qualquer coisa. Estar diante de Deus é o requisito mínimo de quem quer ser usado por Ele.

Mas o “pior” estava por vir: Apontando o dedo ameaçadoramente ao rei, o profeta brada: “...nem orvalho, nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (I Reis 17:1). Quanta segurança. Quanta firmeza. Desafiar o sistema da época, e diante do rei mostrar uma autoridade que faltava ao monarca desviado: “...Segundo minha palavra”. Em outras palavras: estou profetizando e assumindo. É eu e acabou.

Acredite quem quiser, mas Deus está falando. Deus só podia honrar tamanha ousadia e intrepidez.

Acabe foi surpreendido em seus domínios. Não esperava o contra-ataque divino...

E AGORA PROFETA?

Pense você em um homem que ousou desafiar o sistema político-social-religioso da época. Época em que a palavra ou edito do rei, tinha força de lei, ou melhor, acima de qualquer lei, pois a lei era o rei.

Imagine o que pode acontecer com um homem como esse. No mínimo teria que Ter a seu favor, a guarda do FBI, ou da Scotland Yard, ou quem sabe, das Forças Armadas Brasileira.

Penso no profeta virando as costas ao rei, e saindo do palácio todo trêmulo, surpreso com sua própria ousadia. Já na porta do palácio, talvez mais calmo agora, olha para o céu e indaga: “e agora Senhor? Fiz o que mandaste, mas, o que vai ser de mim?”.

O profeta se sentiu ameaçado em três frentes: Alimentação: “quem vai cuidar de mim? A seca vem ai”. Segurança: “quem vai me defender diante da fúria da corte?”. Moradia ( ou esconderijo?): “onde vou fixar residência, longe da revolta de Acabe?”.

Deus mostrou sua providência ao profeta: “Moradia-esconderijo: “esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão”. Alimentação: “...eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem”. Segurança: anjos e todo o exército celestial estariam a disposição do profeta.

Naturalmente Elias foi declarado pelo séquito real, como o inimigo público número 1 de Israel, aliás, deixemos o próprio Acabe definir o profeta: “...és tu o perturbador de Israel?” (I Reis18:17b), “...já me achaste inimigo meu?” (I Reis21:20). Eram excelentes as referências pessoais de Elias junto a Acabe.
Com o passar do tempo, e as águas refluindo, o pânico e desespero tomou conta do reino, e a surpresa foi maior, quando vazou a informação que o profeta Elias estava envolvido no negócio. Em pouco tempo, o profeta passou a ser mais procurado do que Bin Laden.

DEUS PROTEGE UM FUGITIVO

Aqui começa as “conseqüências” (se é que assim se pode dizer), de uma vida na presença de Deus. Primeiro, o profeta teve que se acostumar com a idéia de Ter que se tornar um “fugitivo de Deus”. Uma vida nômade, que tinha pouca, ou quase nenhuma preocupação com o futuro.

A primeira parada foi junto ao ribeiro de Querite, cujas águas eram insuficientes para saciar Elias até o final da seca. As fontes de alimentação seriam as mais exóticas possíveis: Bicos de corvos trariam carne, viúva o sustentaria e anjos em última hipótese lhe traria pães. Elias percebeu que toda dependência seria de Deus.
A partir daquele momento, seu maior sustento seria Deus. É... toda sua condição de sobrevivência humana, seria Deus...

Essa é uma conseqüência de viver uma vida com Deus, estar disposto a abrir mão de um referencial de vida e aceitar o jeito soberano de Deus nos impo-la.

ESTAS DISPOSTO?

Fonte: http://www.netgospel.com.br/
Autor: Pr. Josias Almeida

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Confiança em meio à angústia

"Está alguém entre vós sofrendo, faça oração" (Tg 5.13).

O que é angústia? Muitos poderiam dar uma resposta bem pessoal e subjetiva a essa pergunta. Falando de modo geral, angústia é um sentimento que acompanha o homem desde seu nascimento até a morte em todas as situações da vida; a angústia é companheira do ser humano. A angústia é uma das mais fortes opressoras da humanidade, é um sentimento da alma que pode atacar na mesma medida tanto o rei como o mendigo. Angústia é uma emoção que pode ser abafada mas não desligada.

O homem natural não pode se desviar nem escapar dela. Na verdade existiram e existem pessoas de caráter forte que, com sua determinação, se posicionam obstinadamente diante da angústia, mas elas também não conseguem vencê-la totalmente. Podemos tentar ignorar a angústia, mas não escaparemos de situações dolorosas.O que a Bíblia diz sobre a angústia? Ela diz, por exemplo, que angústia e sofrimento podem se tornar visíveis.

Gênesis 42.21 nos relata um exemplo disso quando os irmãos de José chegaram ao Egito para comprar cereal e se encontraram no palácio de José, e, não sabendo o que fazer disseram uns aos outros: "Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos..." A angústia, assim diz a Bíblia, não só paralisa a língua, mas também faz com que ela fale. Em Jó 7.11 ouvimos Jó dizer: "Por isso não reprimirei a minha boca, falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma". Mas angústia também faz com que até ímpios cheios de justiça própria se sintam perturbados. Bildade descreve o ímpio em Jó 18.11 dessa maneira: "Os assombros o espantarão de todos os lados, e o perseguirão a cada passo".

A Escritura também ensina que a angústia é mais forte do que a maior abastança. Zofar nos comunica isto em Jó 20.22: "Na plenitude da sua abastança, ver-se-á angustiado, toda a força da miséria virá sobre ele".

Angústia também provoca trevas. Quando Isaías teve que anunciar uma punição sobre Israel, falou acerca das conseqüências desse juízo: "Bramam contra eles naquele dia, como o bramido do mar; se alguém olhar para a terra, eis que só há trevas e angústia, e a luz se escurece em densas nuvens" (Is 5.30). E em Isaías 8.22 o profeta tem que proclamar sobre o povo apóstata: "Olharão para a terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas".Esses são exemplos negativos, mas também há exemplos positivos.

No Salmo 119.143, Davi nos ensina que a palavra de Deus sempre é mais forte que a angústia: "Sobre mim vieram tribulação e angústia, todavia os teus mandamentos são o meu prazer". A angústia está presente, mas a alegria na palavra de Deus é maior. Uma outra tradução diz: "Fiquei cercado por sofrimento e desespero, mas os teus mandamentos foram a minha grande alegria".

O poder de Deus também sempre é maior do que a angústia: "Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salva" (Sl 138.7).

Em Isaías 9.2 temos a promessa: "O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz". No Novo Testamento, Paulo confirma essa gloriosa verdade: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8.35;38-39).

E o que disse o Senhor Jesus sobre a angústia? É muito esclarecedor e elucidativo observar que Ele nunca afirmou que neste mundo não haveria sofrimento. Na verdade, muitas vezes, se prega que ao se tornar cristão, a pessoa não terá mais tribulações ou tentações. Mas isso não é verdade. O próprio Senhor Jesus disse claramente: "No mundo passais por aflições..." (Jo 16.33) . E então Ele acrescenta o glorioso ‘mas’: "mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Em outras palavras: o mundo é o reino de Satanás, mas Minha vitória sobre esse mundo pode ser a sua vitória também, isto é, em Mim vocês têm a possibilidade de vencer a própria angústia. Essa é a posição de Jesus em relação à angústia!

Quem foi o primeiro homem que se defrontou com a angústia? Foi Adão, logo após cair em pecado. Antes da queda, Adão não conhecia esse sentimento. Contudo, depois do pecado ter entrado em sua vida, ele foi invadido pelo terrível sentimento de temor: "E chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo e me escondi" (Gn 3.9-10). De repente Adão e Eva tiveram medo de Deus, seu Criador, com o qual antes formavam uma unidade , uma harmonia perfeita! Antes de caírem em pecado, eles se alegravam quando Deus vinha ao jardim, mas agora, de repente, foram invadidos pelo medo. Que conseqüências devastadoras tem a sua desobediência até os dias de hoje!

Agora chegamos à pergunta mais importante: quem provou os mais profundos abismos da angústia em todos os tempos? Foi o homem Jesus Cristo no Jardim do Getsêmani. Ali Ele sofreu uma angústia tão grande que não fazemos a menor idéia do que possa ter sido passar pelo que Ele passou. Quando temos medo, quando não sabemos mais o que fazer, podemos olhar para Jesus e nos lembrar de que Sua tribulação ainda foi muito maior.

Desse sentimento angustiante do nosso Senhor já lemos profeticamente no Salmo 22: "Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda. Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leão que despedaça e ruge. Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se-me dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim me deitas no pó da morte" (vv. 11-16).

Essas palavras do Senhor sofredor descrevem a profundeza abismal e ilimitada que Jesus Cristo sofreu no Jardim do Getsêmani: a agonia da morte. Lucas 22.44 fala disso: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue, caindo sobre a terra". Ele lutou com a morte não só na cruz mas também no Getsêmani, pois ali Ele estava morrendo. Ali Ele estava em terríveis e pavorosas agonias de morte. Este fato é refletido nas palavras: "E, estando em agonia..." Ele se encontrava em agonia de morte porque Satanás estava a ponto de matá-lO.

Satanás, o príncipe e dominador desse mundo, nessa ocasião, lutou pelo seu reino pois sabia muito bem que o Getsêmani era a última etapa antes do Calvário, e se Jesus alcançasse a cruz salvaria a humanidade. Por isso no Getsêmani, Satanás se lançou com todas as forças sobre o Cordeiro de Deus e tentou matá-lO. Ali Jesus estava à beira da morte; Ele lutou com a morte. Esse ataque à Sua vida e à Sua obra redentora provocou uma violenta e mortal angústia, uma verdadeira agonia de morte. Isso Ele suportou como homem e não como Deus, caso contrário Ele teria chamado legiões de anjos, e Satanás teria que retirar-se imediatamente. É uma grande mentira e uma ofensa à honra dizer que no Getsêmani Jesus teve medo da cruz. Aconteceu o contrário: Ele enfrentou a angústia de morrer no Getsêmani, de morrer antes da cruz, pelo que Seu sacrifício expiatório teria sido frustrado. Ele não teve medo da morte na cruz, pois Ele mesmo testificou de maneira bem clara: "Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai" (Jo 10.17-18).

Jesus Cristo não quis morrer no Getsêmani, mas Ele estava morrendo, e isso O afligiu tanto que entrou em agonia e suou gotas de sangue. Jesus teve que experimentar as piores profundezas da angústia, o que significa que sofreu grande aflição. Isto deveria e pode nos ajudar e nos consolar em nossas angústias e tribulações.Como podemos vencer nossas angústias? Depositando nossa confiança no Deus Todo-Poderoso. Como podemos fazer isso? Jesus já fez isso antes de nós e nos serve de exemplo.

Em Hebreus 5.7 lemos algo maravilhoso a esse respeito: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade...". Aqui se trata do momento no Getsêmani, quando Jesus, em Sua ilimitada angústia, confiou no Deus Todo-Poderoso e O invocou em oração. Isto não é novidade para nós. Mas talvez precisamos aprender de maneira totalmente nova a aplicar isto também em nossas vidas.

Jesus nos deixou o melhor exemplo de como confiar no Deus Todo-Poderoso em nossa angústia. Em Hebreus 2.18 está escrito de maneira tão consoladora: "Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados". Com outras palavras: tendo sofrido e vencido e triunfado no Getsêmani, Ele também pode nos ajudar em nossos medos e angústias, e nos ajuda a vencê-los. Ele quer nos ensinar a orar com perseverança justamente nesses momentos. Ele próprio não viu outra maneira para sair da Sua angústia do que por meio de petições e súplicas. Quanto mais devemos nós também trilhar esse caminho para sair de todas as nossas angústias e apertos que nos surpreendem quase que diariamente.

Tiago acentua muito esse aspecto quando diz: "Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13). Será que não seria válido começarmos a considerar e interiorizar essa verdade de maneira totalmente nova em nossas vidas? Vamos começar a confiar nEle incondicionalmente em qualquer situação? Confiar significa orar, e orar significa confiar!

Os seguintes exemplos da vida de Davi devem nos mostrar o quanto ele também acreditava nessa realidade:– "Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração" (Sl 4.1).– "Na minha angústia invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus" (Sl 18.6).– "Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas" (Sl 32.6).– "Desde os confins da terra clamo por ti, no abatimento do meu coração" (Sl 61.2).– "Não escondas o teu rosto do teu servo, pois estou atribulado" (Sl 69.17).– "Em meio à tribulação invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga" (Sl 118.5).Não são testemunhos maravilhosos? Davi creu que só havia uma escapatória na angústia: invocar o Senhor em perfeita confiança.

O que significa invocar o Senhor na angústia, orando? Essa pergunta é respondida pelas orações de Davi. Por exemplo, várias vezes aparece a expressão ‘clamar’: "Responde-me quando clamo, na minha angústia... gritei", "desde os confins da terra clamo por ti", "em meio à tribulação invoquei o Senhor". Percebemos que Davi pediu socorro ao céu. Aqui temos uma chave para sermos realmente libertos das angústias. Não se trata de simplesmente orar, mas temos de clamar e suplicar.

Para compreender isso devemos também observar melhor as orações de nosso Senhor Jesus feitas ao Pai quando Ele se encontrava angustiado. Tomaremos como exemplo as Suas orações e Sua confiança no Deus Todo-Poderoso. Pois do ponto de vista bíblico, a expressão ‘invocar o Senhor‘ significa ainda muito mais. "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade" (Hb 5.7).

Quando se toma essa declaração literalmente, então chegamos irrefutavelmente à conclusão de que o Senhor, na verdade, gritou, clamou e até chorou de forma audível. Não sabemos a que distância os discípulos estavam do seu Senhor no Jardim do Getsêmani, mas eles devem ter dormido profundamente, pois aparentemente não ouviram a oração de Jesus. O que nosso Senhor padeceu ali nem conseguimos explicar nem entender a fundo, mas deve ter sido uma situação terrível.

Em Lucas 22.44 está escrito: "E, estando em agonia, orava mais intensamente". Mas se queremos saber com mais precisão o que significa o que nosso Senhor "...ofereceu com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas" a Deus, então devemos nos dar ao trabalho de estudar essas orações. Algo interessante chama a nossa atenção, ou seja: exceto no texto já citado de Hebreus 5.7, em nenhum evangelho é dito que o Senhor começou a clamar ou a gritar nessa oração.

Somente Lucas indica tal situação com a expressão "...e orava mais intensamente". Mateus descreveu o episódio da seguinte maneira: "Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai: Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres! Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!... Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (Mt 26.39;42 e 44). E Marcos escreve: "E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres!... Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras... E veio pela terceira vez..." (Mc 14.35;36;39 e 41).

Aqui vemos melhor o que a oração de nosso Senhor podia significar, pois duas cousas chamam a nossa atenção:1. Jesus Cristo não pronunciou essa oração apenas uma vez, mas três vezes.2. Ele orou três vezes, mas não deixou de submeter-se à perfeita vontade de Seu Pai cada vez que orou. Que profundo mistério está oculto nessas orações!Nosso Senhor, portanto, orou três vezes. Se Hebreus 5.7 diz que o Senhor "nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas" então não se trata, em primeiro lugar, da forma de Sua oração.

Não se trata da questão se o Senhor clamou e gritou de maneira pungente, e, sim, que o Senhor fez esta oração três vezes! Em outras palavras: Ele orou com persistência. Jesus Cristo se encontrava na maior angústia, e esta angústia O levou a orar. Mas essa oração não foi apenas um grito curto e isolado ao Pai. Não, Ele orou três vezes de maneira muito consciente e lúcida repetindo sempre as mesmas palavras.

Depois da primeira oração, a Bíblia diz claramente: "Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo..." e depois da segunda vez: "E deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez...". " como seria bom se compreendêssemos isso para a nossa vida pessoal de oração!Muitas vezes nos defrontamos com todo tipo de angústias e apertos, e o que fazemos então, quando somos tentados dessa maneira? No mesmo momento enviamos um fervoroso pedido de socorro ao céu. Mas assim que nos sentimos mais ou menos bem, seguimos novamente a rotina do dia. Não é de admirar se logo em seguida a mesma angústia nos surpreenda outra vez.

A oração de nosso Senhor pronunciada conscientemente três vezes nos mostra de maneira bem clara que nós, se de fato queremos vencer as angústias que se repetem, não devemos apenas orar de vez em quando ao céu. Precisamos chegar ao ponto de levar uma vida de oração perseverante, regular. Somente assim nos tornamos filhos de Deus que conseguem lidar de maneira correta com suas angústias. Somente assim venceremos as nossas tribulações.

Três testemunhos claros das Escrituras nos exortam a orar dessa maneira:– "Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes" (Rm 12.12).– "Perseverai na oração, vigiando com ações de graça" (Cl 4.2).– "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda perseverança..." (Ef 6.18).Se a Bíblia diz em Hebreus 5.7 que a oração de Jesus foi ouvida e que Ele encontrou livramento da Sua angústia, então isso só aconteceu depois da Sua oração insistente e perseverante.Mas ainda havia um outro ponto importante: nosso Senhor continuamente se entregava totalmente à vontade de Seu Pai: "E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (Mc 14.35-36).

Não fazemos idéia de como isso é importante. Não apenas orando três vezes as mesmas palavras, mas, com isso, sempre se submetendo à vontade de seu Pai, Jesus demonstrou uma confiança tão grande que jamais haverá confiança maior. Foi algo grandioso, em Sua angústia, Ele ter se apresentado três vezes a fim de orar as mesmas palavras. Mas por Ele – por assim dizer no tom fundamental da sua oração – sempre voltar a Se submeter a Deus foi uma prova bem especial de Sua confiança no Seu Pai celestial. Ele sabia: Eu posso orar que este cálice passe de mim, mas se meu Pai celestial o quer de outra maneira, então eu aceito e me coloco totalmente em Suas mãos. Isso é confiança total no Deus Todo-Poderoso!

Devemos ter isso em mente, pois apesar de irmos a Deus em oração, clamando e levando a Ele a nossa angústia, em última análise esperamos que Ele faça o que nós queremos. Reflitamos no que estava em jogo ali no Getsêmani: ou Ele morria ali mesmo, deixando de salvar a humanidade, ou Ele morria na cruz, como estava previsto, salvando a humanidade por tomar sobre Si a maldição do pecado. E embora a Sua obra redentora estivesse em jogo, Ele não fez a sua própria vontade, mas se submeteu totalmente à vontade de Seu Pai.

Você não quer se tornar uma pessoa assim, que aprenda a lidar com as suas angústias e a vencê-las? Então confie no Deus Todo-Poderoso, começando a levar uma vida de oração regular e perseverante. Mas nunca se esqueça de submeter-se totalmente à vontade do Senhor Jesus enquanto ora. Essa entrega, seja o que for, sempre deve ser expressa em cada oração que você faz.

Se você segue esse caminho, você se tornará um cristão que, na verdade, ainda sente todas as angústias e apertos desse mundo, mas apesar disso permanece totalmente tranqüilo em tudo. Estará seguro nas mãos do Senhor, aconteça o que acontecer. O que Ele faz é sempre bom! "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Essas são palavras do Senhor Jesus. Você crê nelas? Então viva de acordo com esta fé, confiando – justamente quando o medo quer se apoderar de suas emoções – no Deus Todo-Poderoso e invocando-O em oração!

Marcel Malgo - http://www.apaz.com.br/
Extraído do livro Confiança no Deus Todo-Poderoso.

Quando a oração tem poder

"Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco" (Mc 11.22-24).

Os membros de uma pequena igreja nas montanhas de Great Smoky (EUA) construíram um novo prédio em um terreno que haviam recebido por doação. Dez dias antes da inauguração, o inspetor de obras da localidade informou ao pastor que o estacionamento era insuficiente para o tamanho do prédio. Se a igreja não dobrasse o tamanho do estacionamento, não poderia usar o salão. Infelizmente, a igreja já havia ocupado cada polegada do escasso terreno, com exceção da colina que ficava atrás do prédio. Para criar mais vagas no estacionamento, seria necessário remover a colina.

Na manhã do domingo seguinte o pastor anunciou corajosamente que à noite queria reunir-se com todos os membros da igreja que tivessem "fé para remover montanhas". Eles teriam uma noite de oração para pedir a Deus que removesse a colina e providenciasse o dinheiro suficiente para asfaltar o estacionamento antes da inauguração no domingo seguinte. No horário combinado reuniram-se para orar 24 dos 300 membros da igreja. Eles oraram durante cerca de três horas. Às 22 horas o pastor disse o último "Amém". "Conforme está planejado, inauguraremos o salão no próximo domingo", garantiu ele. "Deus nunca nos abandonou, e creio que também desta vez Ele será fiel".

Na manhã seguinte, quando estava trabalhando em seu gabinete, alguém bateu com força na porta. Ao responder "entre!", apareceu um empreiteiro de aspecto rude, que tirou seu capacete. "Desculpe, pastor, sou da empreiteira de obras da localidade vizinha. Estamos construindo um enorme centro de compras e precisamos de terra. O senhor estaria disposto a nos vender uma parte da colina que fica atrás da igreja? Nós pagaremos a terra que tirarmos e asfaltaremos gratuitamente o espaço vazio, desde que possamos dispor da terra imediatamente. Não podemos continuar com a construção do shopping antes que a terra esteja depositada no local e suficientemente compactada".

O novo salão foi inaugurado no domingo seguinte como tinha sido planejado, e no evento de abertura estavam presentes muito mais membros "com fé para remover montanhas" do que na semana anterior.

Seja sincero: você teria participado daquela reunião de oração? Algumas pessoas dizem que a fé é produzida pelos milagres. Mas outras sabem: milagres resultam da fé! (Die Wegweisung 5/99)

Publicamos estes dois exemplos para animar nossos leitores a uma vida de fé e oração! (Norbert Lieth - http://www.apaz.com.br)Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 2000.